A geração nascida nos anos 80 ouviu discos, gravou músicas da rádio em fitas K7, baixou músicas em torrent, gravou cds com as faixas favoritas para ouvir no cd player, salvou arquivos em disquetes, pendrives, presenciou o surgimento e desaparecimento do ipod e finalmente, viu tudo isso tornar-se plataforma de streaming. Em aproximadamente trinta anos, a indústria do consumo de música foi completamente reestruturada.



Streaming é a nossa forma atual de consumir música. Hoje em dia, não ouvimos mais um álbum de um artista favorito, mas clicamos nas playlists previamente elaboradas de acordo com o nosso humor (acordando cedo, relax e estude, playlist de sexo, entre outras infinidades de opções), mas desde que elas tornaram-se tendência, cada vez menos as pessoas ouvem álbuns inteiros. E como fazer com que um álbum inteiro seja ouvido?

A resposta imediata é sempre “ainda não sabemos”. Entretanto, algumas atitudes têm feito a diferença nesse ramo.

Um ótimo exemplo é a corrente dos álbuns no Facebook. É preciso postar um álbum que tenha marcado a sua vida diariamente por dez dias, sempre explicando porquê e indicando um amigo diferente por postagem. Parece uma brincadeira simples, mas é muito eficiente uma vez que cada vez mais temos mais pessoas adicionadas na rede social e, dependendo da história, as pessoas realmente podem se interessar em ouvir o álbum de determinada postagem. Um outro ponto positivo é que as pessoas marcam amigos que não necessariamente ouvem aquele estilo de música da postagem e talvez a abrangência de um público alternativo seja interessante para a divulgação do material do músico.

Ainda não há nenhuma pesquisa que diga a contribuição desse desafio ao consumo de música dos últimos tempos, mas o melhor meio de divulgação sempre é o contato pessoal.

Um outro exemplo bem interessante é a respeito das lives no Youtube e Facebook. O festival esloveno Punk Rock Holiday transmitiu vários shows ao vivo na sua conta do Youtube e de longe, podia-se captar a vibe incrível do festival. Assim, era possível assistir a shows na íntegra e ouvir várias músicas das bandas.

Aos poucos, os músicos e as produtoras se reinventam para fazer do consumo de música favorável aos artistas. Mas ainda, estamos caminhando a passos lentos, enquanto a tecnologia passa pela gente como um furacão, levando tudo o que conhecemos para o passado e trazendo coisas novas todos os dias. Enquanto isso, continuamos com o nosso desafio real: o que podemos fazer para levar o nosso som e os álbuns das nossas bandas favoritas ao maior número de pessoas possível?