Banda de Blumenau, SC, trabalho de capa com arte sombria, correntes penduradas, nome da banda bem obscuro e clima de suspense. Artista está de parabéns. Já achei bacana que enquanto ouço o disco no YouTube o próprio vídeo vai passando a faixa que estou, letra da música e uma animação bem legal durante a execução.






Bom, vamos lá, a banda é formada por:

Bruno Jankauskas – guitarra e voz


Alan Ricardo – guitarra
Matheus Lunge – bateria
Filipe Oliveira – baixo


Participações especiais no disco:




Lucas Scaraveli (Zombie Cookbook) em  “Splatterhouse”


Michele Schade em “Hellish Blue”
José Fernando Metzger em “Hellish Blue”
Thiago Acantara (CWKNOT) em “Hellish Blue”



Começando o disco, Splatterhouse, intro bem escura com ruídos, movimentos, e entrada de uma música agressiva e não pude deixar de notar a presença extremamente ativa do baixo. O estilo da banda é um Death bem escuro bastante técnico. A música se desenrola de forma empolgante e gostei muito de como foram feitas as dobras de voz, um lance meio sobreposto, cheio de camadas que se conversam de forma quase dissonante trazendo uma sensação próxima do desconforto e dentro da proposta do som.


Faixa 2 – Santificada Seja a Carne – SIM, não é só o título não, esse som é em português mesmo! Surpresa bacana essa! Achei muito legal o jeito que as palavras foram encaixadas. Nosso idioma é ingrato demais para som pesado. A música é um pouco mais cadenciada, mais arrastada.


Seguindo – Overlord Murder – Novamente o baixo me chama a atenção com sua presença e peso! A música tem um riff de baixo super vívido e que conduz a música perfeitamente. A voz é bem marcante nessa faixa, dá pra berrar junto! No meio rolam uns gritos, uns lamentos, clima de terror total.


Faixa 4 – Preggophile – Peso, riffs, “punch” – receita dessa música! Tem até um momento mais seco com só bateria, depois a música volta, rola um solo dissonante com clima de relógio e caricato de terror. O momento dissonante rola por mais um tempo e depois a música volta com o mesmo clima, modificando a atmosfera toda. Depois a coisa começa a arrastar bem e vai até morrer mesmo. Interessante.


Glasgow Smile é uma música mais lenta mas não menos poderosa. Música mais longa até agora, 7 minutos e pouco, tem uma introdução bem agonizante e segue nesse clima, logo depois surge um tema mais groove, bem mais leve e adivinha quem marca presença? Sim o baixo!


Faixa 6 – R.A.W. – Sigla que em inglês significa “Crú” e que foi tirada de “Roasted Alla Westchester”. A letra é algo bem dentro do propósito da banda e remete à algo retirado de um filme de horror. Decididamente fala sobre canibalismo e é bem traduzida para o instrumental.


Passando do meio do disco, Hellish Blue, mais uma pedrada na orelha com momentos de solo de voz e um vocal feminino lírico que achei surpreendente ter sido colocado ali. Seria totalmente atípico pensar numa voz feminina limpa e clara no meio da destruição do disco, mas ela está ali!


Esta faixa se chama Voiceless Beseech e é das longuinhas também, 7 minutos novamente e volta para o clima mais lento porém nem tão lento quanto foi da outra vez. Agora a velocidade vem em ondas e o peso se mantém. Achei bem interessante que perto do final tem um tipo de cenário com passos, coração batendo, conversas, sensação de pessoas, aceleração de coração, sinos de igreja, sons de facada, é bem perturbador e super cinematográfico.


Faixa 9 – Behold O´ Brotherhood – Música de quase 12 minutos de duração, perto do fim do cd. Eu achei que ela não pega tão pesado quanto as outras, tem uma pegada menos agressiva e mais ritmada, mais riffs que soam diferentes do restante do disco até agora. Ouso dizer que tem até uma pegada dos riffs Iron Maiden, aquela coisa mais marcante. Nem preciso dizer que o baixo brilha na música, né?


A próxima faixa é um cover de Goatpenis e se chama Captain Benjamin Willard. Goatpenis é uma banda veterana, também de Blumenau e o cover ficou bem bacana! Na minha opinião, o ideal de fazer o cover de banda vizinha foi sensacional. Apoio da cena, irmandade, amizade, tudo junto.


Última faixa é uma regravação de Vile, música que saiu no primeiro EP da banda, chamado Initiation. – É um som mais cru, porém não menos trabalhado. As duas faixas finais são um tipo de bônus e cumpriram super bem o papel. Viletale foi formada em 2016, seus temas líricos são voltados para o Horror, violência e H.P. Lovecraft.


Este é o primeiro disco full dos catarinenses depois de 3 Ep´s e 2 singles. O material soa bem em termos de peso e definição. As guitarras foram um pouco escondidas pelo baixo, mas acredito que a banda de fato prefere essa sonoridade e no final caiu muito bem para a proposta deles.


Eu gostei da temática e da execução, com certeza é um disco para se apreciar mais de uma vez.