Tellus Terror foi fundada em 2012 em Niterói/RJ pelo vocalista Felipe Borges. O intuito até então era fazer um som agressivo com misturas de gêneros do Metal.
O primeiro desafio da banda foi definir o estilo da banda, seguindo para o som idealizado do primeiro álbum e por fim pensando numa denominação chamada M.M.S (Mixed Metal Styles), para deixar a banda livre para misturar suas composições, sem rótulos.
Com o passar dos anos a banda foi se aprimorando até a criação do estúdio Tellus Studio que serve até hoje como QG da banda que no fim abriu espaço para diversas bandas gravarem e se produzirem lá. Atualmente a banda está com seu novo disco DEATHinitive Love AtmosFEAR e conversamos com a banda sobre muitas curiosidades, confira:
Primeiramente, queria agradecer a disponibilidade em responderem a entrevista e também em nome de várias mídias, agradecer o carinho de enviar o material físico com adesivos, CDs e uma camiseta. Gostaria de iniciar perguntando: Qual a importância da aproximação de uma banda com as mídias independentes na visão de vocês?
Marcelo Val: sem as mídias independentes o cenário enfraquece muito, nosso estilo de música depende muito dos divulgadores que fazem esse trabalho de forma apaixonada e fomentam a cena. Sempre vamos procurar essa sinergia com os criadores de conteúdo da nossa cena, pois traz um excelente resultado.
Tellus Terror começou com a ideia de misturar vários estilos de Metal. Como vocês conseguiram encontrar um equilíbrio entre tantos gêneros diferentes e o que inspirou a criação do termo “M.M.S.”?
Marcelo Val: No primeiro álbum, com a mistura de influências pessoal de cada integrante à época, foi natural de que o som resultante fosse um verdadeiro “blend” de estilos e pegadas do Metal Extremo, e para que isso fosse compreendido corretamente foi cunhado o termo MMS ou Mixed Metal Styles. Esse direcionamento ficou de lado durante a produção do novo álbum, sendo adotado o Death/Black Metal Sinfônico como linha principal do nosso som.
O conceito do álbum ‘EZ Life DV8’ é bem grandioso, abrangendo desde o Big Bang até o fim dos tempos. O que levou vocês a escolher esse tema tão ambicioso e como ele foi desenvolvido durante o processo criativo?
Marcelo Val: É sempre importante para a Tellus Terror o desenvolvimento de um trabalho conceitual para o conteúdo lírico dos nossos álbuns, pois agrega artisticamente e foge aos clichês do genêro, trazendo frescor criativo para o álbum. Desenvolver as temáticas dos nossos álbuns tem sido um trabalho personalíssimo do nosso vocalista Felipe Borges, feito com muito cuidado e esmero.
Trabalhar com grandes nomes como Seth Siro Anton e Fredrik Nordström deve ter sido uma experiência incrível. Como foi a colaboração com eles e o que vocês mais aprenderam com essas parcerias?
Marcelo Val: Como entrei durante as gravações do novo álbum DEATHinitive Love AtmosFEAR, não tive a experiência de trabalhar com o Frederik Nordström, porém o resultado dessa parceria profissional é muito bom, uma produção que dez anos depois ainda se mostra forte e de altíssima qualidade. Já com Seth Siro nosso novo álbum traz também sua arte, que novamente surpreendeu com um resultado quase hipnótico de tão belo e aterrador. São artes que dá gosto apreciar enquanto escutamos os discos, e estampa também nossas camisetas, que ficaram muito bem feitas, e podem ser compradas diretamente com a banda.
Você construíram o Tellus Studio, que agora é a base da banda. Como ter um estúdio próprio mudou a forma como vocês trabalham e o que isso trouxe de diferente para a produção do ‘DEATHinitive Love AtmosFEAR’?
Marcelo Val: ter um estúdio próprio tira o “tique taque” do relógio que limita as interações musicais, interações essas que levam a banda a se entrosar e criar um estilo próprio. Os equipamentos adquiridos pelo estúdio levam em consideração as necessidades da banda, tanto para ensaios e preparação dos shows como para as gravações. Até mesmo algumas produções de vídeo da banda foram feitas no estúdio, como Absolute Zero, Darkest Rubicon e Sickroom Bed. Em resumo, eu diria que o Tellus Studio é para a banda um mecanismo de independência, pois temos a estrutura, equipamentos, tempo e até um excelente Produtor/Técnico de áudio na figura do Caio Mendonça e o estúdio vem se tornando referência de qualidade, atendendo artistas da cena nacional e internacional com ótimos resultados.
O novo álbum marca uma mudança para um estilo Death/Black Metal Sinfônico. O que levou a banda a essa mudança de direção e como vocês conseguiram incorporar essas novas influências no álbum?
Marcelo Val: Acredito que esse seja o direcionamento que o Felipe Borges almejava já há algum tempo, conforme ele mesmo já disse em entrevistas. O fato é que esse direcionamento traz um estilo mais claro para os fãs e público em geral, e conforme a banda foi passando por alterações de formação foi chegando nesse resultado. Para os próximos álbuns esse estilo vai se sedimentar e criar cada vez mais uma assinatura pessoal na sonoridade e atmosfera artística da banda – cenários, figurinos, temáticas líricas etc.
Comparando ‘EZ Life DV8’ com ‘DEATHinitive Love AtmosFEAR’, o que vocês acham que mudou em termos de composição e temática? Como essa evolução reflete o crescimento da banda?
Marcelo Val: Com a adesão da banda ao Death/Black Metal Sinfônico, há um foco maior nas composições, que puderam ser desenvolvidas de forma a se tirar o máximo do estilo. Ainda há variadas influências ao longo do álbum, porém todos se enquadram dentro de um mesmo contexto, sem cair na mesmice e ficar cansativo. A composição é mais madura, e conforme a formação foi passando por mudanças, novos personas artísticas e musicais foram agregadas.
Cada álbum tem seus desafios. Qual foi o maior desafio que vocês enfrentaram durante a gravação de DEATHinitive Love AtmosFEAR, e como conseguiram superá-lo?
Marcelo Val: Possivelmente a pandemia, que impossibilitou a reunião da banda durante o tempo de lockdown. Eu entrei para a banda após a pandemia, e as composições já se encontravam prontas. No entanto, acabei trazendo novas ideias para a parte do meu instrumento (baixo) e acabei fazendo a gravação dos baixos no álbum. Ter uma banda autoral de Metal Extremo já se constitui um enorme desafio, podemos pensar, e para esse álbum ocorreram diversos percalços como Pandemia, mudanças de integrantes e a própria construção do estúdio, mas no fim tudo possibilitou a produção desse trabalho do qual nos orgulhamos.
Vocês estão planejando lançar vários videoclipes e making ofs para o novo álbum. Pode nos contar um pouco sobre o que esses vídeos vão mostrar e qual a ideia por trás deles?
Marcelo Val: Os vídeos já se encontram gravados e estão disponíveis em nosso canal do Youtube, e os resultados se mostraram muito legais, com grande repercussão e muitas visualizações. A idéia por trás de cada vídeo é justamente a interpretação em imagens, com uma estética artística, dos conceitos tratados ao longo do álbum. Amborella´s Child traz um grupo de dança interpretando a idéia da letra da música, já em Lonesky Universum temos a filmagem da história ambientada em um barco trazendo vários personagens impressionantes; em Psyclone Darxide fizemos um grande evento para a cena underground carioca, que nos deixou orgulhosos participando com caracterizações ao estilo Tellus Terror; Darkest Rubicon mostra cenas da produção do disco e para a faixa título temos até uma animação estilo cartoon. Todas as músicas receberam ao menos um lyric video, procurem Tellus Terror na barra de pesquisa do Youtube e nos encontrarão facilmente. Se possível, participem do nosso crescimento se inscrevendo no canal e ativando as notificações, porque a banda está estruturada e as novidades não irão parar.
Com a turnê se aproximando, o que vocês estão mais ansiosos para experimentar? Existem lugares ou festivais que vocês estão particularmente animados para visitar?
Marcelo Val: A idéia é nos apresentar o máximo possível, levar o nome Tellus Terror para todos os fás de Metal no país e no mundo. De minha parte a ansiedade é pela turné em si, já temos datas incríveis para tocar nos próximos meses em vários lugares do país com artistas incríveis.
Pensando no futuro da banda, quais são os próximos passos depois do lançamento de DEATHinitive Love AtmosFEAR? Há algo novo e emocionante que vocês estão planejando para os fãs?
Marcelo Val: O futuro é produzir novo material o mais rápido possível, passamos algum tempo trabalhando em nossa apresentação para extrair o máximo de qualidade, mas novas músicas já começam a ser esboçadas. Se o formato vai ser álbum full lenght ou se teremos vários singles lançados ao longo do próximo ano, isso é algo ainda a ser avaliado de acordo com os padrões atuais da indústria musical… Sempre iremos nos esforçar para deixar nossos fãs e apoiadores sem fôlego, isso nos podemos prometer!