Seguimos com o segundo dia de evento, onde o barulho começa cedo, já que às 9 da manhã, já tem banda subindo no palco e passando o som.

Então é hora de tomar aquele café reforçado, e bora para o galpão que o som tá começando!

Cobertura: 16º Otacílio Rock Festival

Motörserra

Foto por Maykon Kjellin

Poucas experiências se comparam à de começar uma manhã de domingo, de pleno sol, com um baixo distorcido rugindo os riffs memoráveis de Motörhead. Foi isso que o grupo Motörserra propôs, para acordar todos os presentes no acampamento do Ota com o som do eterno mestre Lemmy Kilmister.

E funcionou de forma espetacular: não houve pescoço dolorido ou ressaca que impedisse os headbangers de encherem o ambiente para participar do tributo à lendária banda britânica. Nada mais justo do que brindar com mais doses potentes logo ao café da manhã. Quem queria rock n’ roll, o teve com Motörserra.
Por: Vini Saints

 

Delírio

Foto por Maykon Kjellin

A banda Delírio subiu no palco com um pouco de timidez, mas logo se soltou. Se ajustaram no palco para que o baterista aparecesse devido a logística de duas baterias, um pouco estranho sim, mas engrandece a banda por pensar em todos, excelente atitude.

O destaque da banda fica para os graves da baixista Bia Cunha que também faz parte das bandas Luciferiano e Apócrifos. Na Delírio ela tem a missão de manter o peso do groove e praticamente é metade da banda pela sua performance. Antônio (guitarra/vocal) falou bastante com o público, sempre agradecendo por estar no festival. As músicas são bem cadenciadas e densas, as letras em português com releitura da música de Nuvem Passageira (Hermes Aquino), do rock gaúcho. A banda em si teve uma apresentação com muito groove e fez o público participar, gostei muito de ver finalmente eles ao vivo.
Por: Maykon Kjellin

 

Gueppardo

Foto por Priscila Ramos (Agenda Metal)

Uma das atrações mais esperadas de todo o festival subiu no palco na manhã de domingo, e fez jus à expectativa causada. Assistir o espetáculo do grupo porto-alegrense era uma obrigação aos fãs de metal rápido e alto, e muitos, com camisetas do grupo, correram de todos os cantos do acampamento para prestigiar o hard n’ heavy da banda, que performou um repertório repleto de trilhas ideais para bangear energeticamente aos riffs nervosos da banda, mergulhar de alma nos solos poderosos da guitarra de Pery Rodriguez e ainda cantar a plenos pulmões com os refrões melódicos das baladas que carregam o espírito de verdadeiros clássicos.
Por: Vini Saints

 

Reunião dos produtores, chama atenção pedindo por ajuda!

Foto por Maykon Kjellin

Antes das bandas finais, se reuniram no palco, os organizadores do Otacílio Rock Festival, Denilson Padilha, Nani Poluceno e Elienai Souza, juntamente de Marcos Valério do Iceberg Rock e Danniel Bala (um cara que tenho como ídolo e irmão), organizador dos multi-eventos Laguna Metal Fest, Tubarão Metal Fest, Storm of the Century e o poderoso Agosto Negro Festival.

Entre os discursos, muito agradecimento por todos os presentes e por todos que vivem o cenário como o último dia de suas vidas. Todos os presentes no palco, levantam um questionamento sobre os eventos estarem cada vez mais vazios e a preocupação por essas reuniões de produtores, onde já foram mais de 10 festivais, estarem no palco 3 grupos de organizadores.

Denilson Padilha fala com clareza e sem massagens: “Otacílio 2023 deu prejuízo e estamos aqui novamente, nunca vamos morrer!”, enquanto Marcos Valério se diz estar sem sede para o Iceberg, mas que resistirão a esse empecilho para não deixarem mais um evento se acabar, enquanto Danniel Bala já anuncia que a 10ª edição do poderoso Agosto Negro finalmente irá acontecer, e que organizar eventos é o hobby dessa turma do UP (União dos Produtores).

Pediram que nosso público leve mais pessoas junto para os eventos, para sempre termos mais e ampliar nossas opções de diversão, afinal, um evento com acampamento, churrasco e amigos, é sim uma diversão.

Por morar na região de Laguna/Imbituba, me deu um estalo, que nunca parei para pensar no quão Danniel Bala é um guerreiro, além de alguns prejuízos que o mesmo já teve com eventos não saírem como planejado, o mesmo carrega grandes nomes de eventos em sua produção, e seria importante até as pessoas da região se darem conta da importância de Danniel Bala para bandas como Dark New Farm, Alkanza, DeadNation, Alkila, Recanto Maldito e tantas outras que nascem do celeiro de boas bandas dessa região, muito por ter eventos produzidos pelo Danniel.

E por fim, agradecemos aos produtores por terem esse bate-papo aberto com todos e ao mesmo tempo por lembrarem das mídias presentes no momento do discurso, apenas O SubSolo e Underground Extremo estavam presentes e agradecemos o reconhecimento.
Por: Maykon Kjellin

 

Hardways

Foto por Priscila Ramos (Agenda Metal)

Tinha bastante expectativa pela Hardways, muita gente não gosta do hard rock, eu, já acho incrível. O inicio da apresentação até me confundiu, jurava ser Scorpions, mas o tecladista da banda Wanilton Dudek, gentilmente me disse ser a faixa Lost in the Night que é o homônimo do álbum da banda.

A Hardways uma banda com um potencial absurdo para compor. Sua música tem tudo dos anos 80’s e 90’s, mas trazem pitadas da música moderna e atual. Como qualquer banda de hard rock, o guitarrista solo tem que ser bom, mas na Hardways tem solos intensos principalmente nas músicas autorais que são como uma sinfonia orquestrada por um artista excepcional. Acho que a banda tem qualidade suficiente por participar de eventos como deste porte, a única dúvida era onde estava escondida e sendo uma grande sacada da organização trazer a banda para essa edição, recomendo a ouvirem.
Por: Maykon Kjellin

 

Stone Wizards

Foto por Priscila Ramos (Agenda Metal)

Pelo nome da banda, já sabemos o que podemos imaginar, certo? Sim, é claro que estamos falando de um stoner metal daqueles de embalar a tarde inteira com riffs e grooves que podia se ouvir dos cantos mais distantes do acampamento.

Sem dúvidas, uma banda com muita energia e muita presença de palco. O trio de Balneário Camboriú/SC composto por Chacal nas guitarras e voz, Felipe na bateria e backing vocals e Paulo no baixo e vocais, interagiu com o público desde a primeira até a última canção do seu show, onde foi possível conferir várias rodas, desde as mais “tranquilas” até as mais violentas.

Iniciando o show com Earthquake and Balance, seguindo de Worship your soul, Haze on the Mountain, Into the Woods, Ashes of Your Soul, Night Winged Huntress, Red Giant, Flying Ladies e encerrando a apresentação com Enchant the Sun enquanto recebiam aplausos do público que esperava por mais.
Por: Sidney Oss Emer

 

Orthostat

Foto por Priscila Ramos (Agenda Metal)

Diretamente de Jaraguá do Sul/SC, a banda composta por David Lago na guitarra e vocais, Rudolph Hille na guitarra, Eduardo Rochinski no baixo e Igor Thomaz na bateria, Orthostat dá continuidade à porradaria, trazendo uma dose extra de death metal para o palco do Otacílio, e para aqueles que, assim como este que vos escreve, gostam de história, a temática da banda é um prato cheio, com letras que remetem a histórias de antigas civilizações, costumes e guerras do passado.

A apresentação iniciou com a música homônima do seu último full lenght The Heat Death (2023), seguindo com Nothingness, Entropy, Hydrogen, Gravity, Chemistry, Incitatus (com a participação especial do grande Elias (Verbal Attack) na guitarra), Singularity e fechando com Ambaxtoi.
Por: Sidney Oss Emer

 

Nuclear Warfare

Foto por Priscila Ramos (Agenda Metal)

Diretamente da Alemanha, para saciar a sede e a curiosidade dos até então sobreviventes, Nuclear Warfare vem ao palco para quebrar os ossos dos remanescentes, com seu thrash metal rápido e agressivo. A banda apresentou bastante energia e simpatia ao interagir constantemente com o público, e como era de se esperar, arriscando algumas palavras em português para estreitar a comunicação.

Performaram uma setlist bastante variada, trazendo canções dos álbuns Lobotomy (2020), Just Fucking Thrash (2014) e God of Aggression (2010). Destaques para Lobotomy, Ages of Blood e Ich Mag Bier.

O ponto auge de evento foi a influência do nosso brazuca, Alexandre Brito (bateria), para a execução de uma canção do álbum Empowered by Hate (2017), cuja letra é em português, o que fez com que os presentes cantassem Mata com Faca com ainda mais ímpeto.

Por fim, a execução de Just Fucking Thrash anunciou o término do show, com direito a pedidos de bis, e deixando seu registro de dever cumprido.

Após o show, Alexandre acompanhado de Florian Bernhard (baixo/vocais) e Sebastian Listl (guitarra/backing vocals), fizeram um breve meet and greet informal, bebendo cerveja, conversando e tirando fotos com os presentes.
Por: Sidney Oss Emer

 

Harppia

Foto por Priscila Ramos (Agenda Metal)

Mais um monstro sagrado do metal nacional sobe ao palco para encerrar esta grande festa. Harppia com seus 42 anos de estrada, também possui a difícil missão de eleger uma setlist para um único show, dentre seu catálogo com dezenas de opções.

Mas este é o verdadeiro sentido de “tanto faz”, pois seus clássicos são atemporais, de modo que começamos uma apresentação incendiária com a execução de O Inferno Foi Libertado do seu mais recente trabalho Caixa de Pandora (2023).

E assim, o show foi alternando entre clássicos e novos sons. Tivemos muitas faixas de Caixa de Pandora e A Ferro e Fogo + 7. Mas não podemos deixar de observar a menção honrosa à Sete de Don’t Ask for Death (1996), e obviamente, encerrando o show com a maior energia possível para um final de domingo e final de festival, Salem (A Cidade das Bruxas), marca registrada do grupo.

A banda foi ovacionada ao fim, devido à sua importância no cenário brasileiro, recebendo o carinho dos fãs que mesmo após 2 dias de intensos shows, conseguiram energias para bater cabeça até o último acorde.
Por: Sidney Oss Emer

 

ANÁLISE TÉCNICA

Estrutura: Mais importante do que SE acontecem imprevistos, é COMO a organização reage a eles. Durante a tarde de sábado, algumas pessoas reportaram fata de água nos banheiros, o que foi rapidamente resolvido pela organização.

Ao cair da noite, houve algumas quedas de energia no galpão, impossibilitando o prosseguimento das apresentações. Mas da mesma forma, a organização trabalhou de maneira ágil para normalizar a questão. Logo a energia voltou, não mais ocorrendo nenhum problema durante todo o evento.

Algumas pessoas também comentaram sobre a baixa quantidade de lixeiras dentro do galpão para depósito de latas, copos e afins. O que não chegou a ser um problema, já que a equipe de limpeza mantinha o ambiente constantemente limpo e organizado.

Som e Luz: Como era de se esperar, a equipe de som e luz sempre com equipamento de qualidade, e profissionais experientes auxiliando as bandas e proporcionando uma boa experiência ao público.

Horários: Os horários foram respeitados conforme o cronograma divulgado, salvo as exceções devido ao infortúnio da ausência da banda Raebelium, que fez com que Tenebris Umbral adiantasse seu horário, e as pequenas lacunas de energia, todo o restante seguiu de forma pontual.

Cast: Como dissemos no início da parte 1 desta cobertura, a organização sempre se preocupa em agradar a todos os tipos de público, trazendo bandas desde hard rock até o black metal.

A distribuição das bandas também é um ponto que parece ser feita de maneira estratégica, contribuindo para um evento onde todos possam curtir variados estilos. Por fim, a escolha das bandas propriamente ditas, das quais geralmente temos verdadeiros “achados”, e as headliners, onde pela terceira vez, e como sempre, com o pé no chão, tivemos uma presença internacional.

Bar/Cozinha: Um cardápio bastante variado, tanto em bebida quanto comida, contou com opções de cerveja, refrigerante, energético, vodka, gin, conhaque, whisky e vinho. Além disso, contou com a presença da cervejaria OG MIL 88 com uma vasta opção de cervejas artesanais para os apreciadores com o mais apurado paladar.

Para alimentação, tivemos pastel, cachorro quente, misto quente, bolinho de carne, espetinho, sanduíche natural, x-burguer e porções de batata frita, tilápia, entreveiro, polenta e aipim, tudo a um preço justo.

 

Enfim. A semana inteira que precedeu o evento ameaçava chuva, e todos estavam apreensivos, principalmente pela questão do camping. Mas no final, o tempo contribuiu, intercalando entre nuvens e sol para deleite dos presentes.

A contagem não oficial da nossa equipe apurou aproximadamente 800 pessoas transitando pelo parque Cambará durante os dois dias de evento que terminou com  aquele princípio de nostalgia que já é velho conhecido dos headbangers, também conhecido como “depressão pós fest”. Mas certamente com grande satisfação por um fim de semana incrível para conhecer novas pessoas e bandas, e curtir um som junto dos amigos.

E se você não viu a primeira parte da cobertura, clique aqui, onde falamos sobre o que aconteceu no primeiro dia.

Até a próxima!

Especialista em cybersegurança, acordeonista e tecladista. Entusiasta de fotografia, já foi fotógrafo e redator nos projetos Virus Rock e Opus Creat. Não limitado a um subgênero do metal, tem como preferências: folk metal, doom/sinfônico, death metal, black metal, heavy metal. Gaúcho de coração, valoriza a cultura tradicionalista gaudéria, a qual inspira suas composições nas bandas em que toca. Interesses globais: Música, ciência, tecnologia, história e pão de alho.