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Resenha: Até Aqui Tudo Bem – Vetor Unitário (2023)

O Hardcore traz muito mais do que linhas ásperas, bateria visceral e vocais rápidos. O símbolo de persistência e determinação está além de um lema e sim, é algo que percorre as veia de bandas que entram de corpo e alma nesse estilo.

a banda de Hardcore Vetor Unitário é oriunda da cidade de Tubarão em Santa Catarina no ano de 2008 e entre idas e vindas, nunca desistiram de fazer música que carrega os já lançados Produção em Série (2010) e o autointitulado Vetor Unitário (2015) nos contempla agora com o full-lenght de Até Aqui Tudo Bem (2023), e se existe prova de resistência aqui comprovamos.

Poderia resumir o novo disco que chega carregado de emoções e muito amor, como a maior prova de que todo o tempo de um músico deve ser respeitado. Com a mensagem direta contra o fascismo, Vetor Unitário aborda sua faceta mais agressiva em meio a mensagens de extrema importância para a situação política do país nos últimos anos.

Em um amadurecimento sonoro por parte da  banda, músicas como Da Métrica do Mérito traz uma pegada muito mais densa carregada de grooves, pedal duplo, guitarras mais distorcidas e um vocal afiado destilando ácido ao capitalismo.

Com influências claras de Dead Fish, Sugar Kane Ratos de Porão, as músicas vão seguindo de forma incessante com sonoridade e vocais agressivos e intensos, com temáticas importantes que casam perfeitamente quando tentamos explicar a essência do Underground esbordando autenticidade e muita originalidade com ênfase nas letras que repassam longas frases de conscientização social e crítica política.

Mas se engana quem pensa que a Vetor Unitário busca só fazer música pesada e visceral, sendo notório em grande parte as influências melódicas como na faixa Um Sonho Menos onde além dos vocais o instrumental apresenta detalhes mais harmoniosos que envolve uma parte mais sentimental da banda em sua composição.

Se tivesse que concluir todo o trabalho apresentado pela banda, poderia citar diversas palavras ou enfatizar algumas questões da qual a  banda já provou ser genuinamente criativa, parceira e merecedores de tudo o que vem colhendo devido ao que construíram ao passar do tempo.

Uma banda na qual eu nutro um carinho incondicional pela forma humilde e batalhadora que conquistam seu espaço no cenário, lembro a primeira vez que vi a banda ao vivo e que a sonoridade da banda me cativou pela autenticidade no palco. Acompanhar todos esses anos os vendo enfrentarem os desafios, mudanças e dificuldades e no fim, nunca desistiram. A persistência que chegou a ser inspirador a cada novo passo da banda e ter visto esse novo disco, foi uma satisfação de vê-los vencerem os desafios e conseguirem concluir em estúdio mais este sonho.

TRACKLIST
01) Não Somos Iguais
02) Remissão da Culpa
03) Até Aqui Tudo Bem
04) A Própria Piada
05) Na Métrica do Mérito
06) Impulso
07) Um Sonho a Menos

FORMAÇÃO
Michel Spadel – vocais
Gustavo Oenning – baixo
Fred Bardini – guitarra
Vitor Fernandes – bateria

Todas as letras por Michel Spadel
Capa por Maju Capelato

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.