Nesse primeiro ano de blog, divulgamos inúmeras bandas, muitas mesmo. Mas se me perguntarem o nome de alguma banda aleatória, eu vou conseguir dizer se saiu matéria já, ou não. Quando o ADN lançou este seu novo EP, nós publicamos a matéria repassada pela Geração Y – grandes parceiros nosso – e até ouvi um pouco por cima, tinha até achado um EP comum como vários, mas ao ouvi-lo para resenhar, me arrependo do que tinha imaginado, temos um grande trabalho aqui.



Vamos falar um pouco sobre a “Além de Nós”, sim, este é o significado da sigla ADN. A banda figura no cenário alagoano e se deslocou para o território paulista com a ideia de ter uma maior proporção em cima de seu trabalho, isso não é apenas um “Vamos arriscar“, isso é um “Nós acreditamos em nós mesmos” e isso, com toda a certeza faz toda a diferença em uma banda, acredite.

Não é atoa que o grupo tem oito anos de estrada, pois chegando na região paulista conseguiram se apresentar em várias cidades, como Campinas, Bauru, Santo André, Americana e na capital. O que surpreende é a aceitação do público, que foi de imediato. Os próprios integrantes afirmam que essa fase da banda é o seu grande salto para a divulgação do trabalho, em um estado que valoriza um pouco mais o Rock.

Sem pensar duas vezes trazem consigo, as influências de bandas respeitadas do cenário musical, como Rancore, Forfun e Dead Fish, carregando influências de outras bandas que ainda infelizmente tem a contestação do público rockeiro, que é o caso de Nx Zero – que atualmente está com composições super maduras e mais impactantes, mesmo fora da mídia – e também de Dashboard Confessional e A New Found Glory.

Temos seis faixas com um total de vinte minutos e trinta e oito segundos. Suas canções são todas cantadas em nossa língua pátria, as músicas dão mais ênfase aos vocais, pois suas letras são profundas e causam uma certo comoção. A banda optou por linhas de vocais mais românticas e o instrumental em certas vezes foge disso, assim como os backings. Por falar em backings em certas músicas causam um certo espanto, optando por vozes rasgadas, como se puxasse para o Thrash Metal, como na segunda faixa do EP, intitulada “Sempre Assim“.



O instrumental sujo mostra a influência do Grunge, principalmente pela bateria limpa e que sobe e baixa nas horas corretas, para ser mais preciso, a bateria acompanha o que a música pede, com força e bom resultado. Os riffs das guitarras são muito bem elaboradas e encaixadas em momentos cruciais. O baixo é reto e não arrisca muitas firulas, dando o peso ideal de um Rock nu e cru. Muitos podem pensar que isto é algo ruim, mas não, não é, muito pelo contrário isto é bom, pelo menos aos meus ouvidos as músicas soam muito bem por sinal. 

Suas músicas carregam a musicalidade MPB Alagoana, isto deve estar pulsando firmemente nas veias dos músicos, mudar de estado é natural, mas isso não quer dizer abandonar suas raízes. Não tem como não admirar quem leva suas descendências para as suas composições, fica claro o quanto disponibilizam o coração em cima das músicas. Já tinha ouvido o primeiro EP da banda e achava muito rica em harmonia, este novo trabalho, por mais que tenha uma masterização e mixagem um pouco mais simples, não deixaram de mostrar a essência da banda, ansioso o que a banda tem mais a trazer para nós.

TRACKLIST
01- Bem Vinda 
02- Sempre Assim
03- Dilema part. Diogo Rezende (Ding)
04- O Ciclo
05- Preto e Branco
06- XXIX Infinito

FORMAÇÃO
Bruno Pereira – vocal/baixo/violão
Orlando Neto – guitarra/backing vocal
Mestre Casarini – guitarra base e solo/backing vocal
João Amadi – bateria

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Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.