Uma coisa que não adianta é forçar gostar de uma coisa, você na primeira vez ouve e gosta, ou, descarta de imediato. Muitos me criticam por não gostar de Doors e nem de Who. Quando um amigo (obrigado Éder Freitas) me apresentou o Rinoceronte, de imediato eu queria ouvir mais, busquei conhecer e felizmente, fiz amizade com os caras. Formada em 2007 na cidade de Santa Maria/RS, o quarteto é composto por Paulo Noronha na guitarra e vocal, Vinicius Brum no baixo e Luiz Henrique Alemão na bateria, um Power Trio de muita energia.



A Rino, como é carinhosamente chamada, faz um Stoner Rock com variações, trazendo boas pegadas de Hard Rock setentista, Blues e muita, mas muita psicodelia. E ai vem mais uma surpresa boa, suas músicas são todas em língua pátria abrilhantando ainda mais o que já era ótimo, sendo que essa decisão acarreta em uma particularidade em meio a predominância da língua estrangeira no universo Stoner nacional, sublinhada pela clareza das letras e pela recusa do “clichê”. 

Ao pegar o encarte para acompanhar as letras, mais uma surpresa, as letras não são extensas e trazem poucas frases, com músicas de três à quatro minutos, o instrumental é predominante nas músicas, deixando um pouco de lado toda aquele “padrão” de composição com estrofes, versos e refrão, sendo que as letras aqui são bem grudentas e memoráveis, tanto pela temática quanto pelas métricas vocais que são bem harmoniosas e bem caprichadas. O instrumental nos leva para uma outra dimensão, juntamente como a forma como as duas vozes dos músicos Vinicius Brum e Paulo Noronha se completam, enquanto a bateria navega com os riffs e o baixo faz um trabalho ímpar de muito peso e variações.



Os riffs de guitarra são bem dosados, em tempos faz uma levada reta e pesada, outrora traz uma pegada psicodelica que alterna a todo instante, lembra em alguns casos algumas faixas do Rolling Stones, pela pegada e ousadia, até talvez pelos timbres usados. O que mais impressiona no Stoner é como nada fica enjoativo e consegue criar uma resistência soberana junto dos vocais, principalmente a forma como é conduzido o refrão, que alterna totalmente a vento contrário do que vinha a pegada da música até chegar em tal parte. Todo o disco é impecável, desde as artes do material físico até as músicas compostas de forma geniosamente surreal. É um disco que guardarei com carinho, aliás, obrigado por enviarem!

TRACKLIST
01 – Chemako
02 – Dose de Algo  Mais
03 – Quanto Mais Vive
04 – Dizem Por Aí

05 – O Instinto
06 – As Cores
7 – Futurista
8 – No Amanhã
9 – Qualquer Lugar

FORMAÇÃO

Paulo Noronha – voz e guitarra
Vinicius Brum – voz e baixo
Luiz Henrique Alemão – bateria


SIGA RINOCERONTE



Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.