Acho que é impossível a primeira vista, julgarmos a banda pela capa, deve acontecer com todos, afinal as vezes é para isso em que o capricho na capa deve ser repensado. Recebemos um disco que me lembrou uma das minhas bandas da adolescência, recebemos o “Rock Errado” do “Seu Juvenal”, Rock de Uberaba, Minas Gerais. A capa do bebê me lembrou o disco do Papa Roach, o “Lovehatetragedy”.



Seu Juvenal demonstra um Rock ‘n Roll bem consistente, puro e pegado, letras que lembram Raimundos, tanto pela maneira como encaixam a harmônia de suas músicas, assim como os riffs alternados. A banda já existe a mais de vinte anos e esse já é o seu terceiro álbum, sendo um ótimo álbum diga-se de passagem.

Riffs sujos em meio a letras fortes, bem elaboradas e que grudam na mente, trazendo aos ouvidos de quem os ouve, um pouco de psicodelia, lembrando sonoridades dos anos 70’s e 80’s, com certas faixas beirando o Punk Rock, já outras com pitadas de Stoner, dando liberdade a um baixo mais groovado, que chama muito a atenção de como se desenvolve, unindo-se a bateria, para formar uma cozinha perfeita.

Lembrando o Rock ‘n Roll setentista que não tinha medo de expor sua opinião, a arte de protestar e falar do que acha de errado no momento atual do nosso mundo, falando sobre histórias e outros contos proibidos sem o menor pudor, acompanhado de uma boa sonoridade para dar mais ênfase as suas letras.



Uma curiosidade bacana é a participação de Manu Joker neste disco, mais exatamente na faixa-título “Rock Errado”. Segundo os integrantes do Seu Juvenal, o instrumental desta música ficou a cara de Manu Joker e seria inevitável não convida-lo para fazer uma participação neste disco.

Outra música interessante, tanto pelo tema, quanto pela sonoridade é a faixa, “Burca”, que fala sobre a violência contra a mulher no Oriente Médio, mais precisamente comandada pelo Estado islâmico, é tipicamente as faixas impactantes de um disco, em que retratando a dor e o sofrimento alheio, mostrando que mesmo sem as conhecer, se preocupam com os acontecimentos. (assista ao videoclipe de “Burca” logo acima)

Esse disco é rico em história e foi por isso que comecei a gostar de Rock, pela forma de expor suas opiniões entre harmonia, riffs, acordes e melodia. Um bom disco dos mineiros, uai!

TRACKLIST

Lado A:
01 Homem Analógico
02 Free Ordinária
03 Antropofagia Disfarçada
04 Asfalto
05 Louva-A-Deus

Lado B:
01 Um Dia De Fúria
02 Rock Errado
03 Moleque Dissonante
04 A Chuva Não Cai
05 Burca

FORMAÇÃO
Bruno Bastos – vocal
Edson Zacca – guitarra/violão/voz
Alexandre Tito – baixo
Renato Zaca – bateria/voz
Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.