É necessário pesquisar e conhecer bandas novas, e isso o Mundo Metal & O SubSolo proporciona aos seus redatores, seja internamente ou através da distribuição de álbuns que irão ser indicados na mídia. Desta vez, tive a felicidade de ser designado para a resenha do novo disco do Bloodbound, “War of Dragons”, banda até então desconhecida para mim. Pesquisei sobre a trajetória da banda – obviamente – e descobri que foi formada em 2004, e para minha surpresa no país do meu sobrenome, na Suécia. De todos os discos gravados, esse foi o que teve um tempo maior em relação ao lançamento antigo, três anos, o último foi “Stormborn” lançado em 2014. Todos os outros seis registros tiveram intervalos de apenas 2 anos.






Uma introdução acompanhada de onze faixas somam um total de quarenta e cinco minutos do mais puro Metal. O Bloodbound tem a característica de se apresentar vestindo roupas e maquiagem “corpse paint” como se fossem uma banda de Black Metal, mas sua sonoridade está em um Power Metal clássico e suas letras trazem trechos “obscuros” ou “sombrios”. Particularmente apoio introduções em álbuns ou até mesmo em EP’s, acredito que o trabalho fique mais interessante a ponto de despertar a curiosidade de ouvir com maior atenção o restante do material.


A audição de “War Of Dragons” de maneira geral me encanta, desde os ótimos vocais de Patrik J Selleby até os detalhes menos perceptíveis como as linhas de baixo. Os backing vocals dão um destaque em coral em diversas músicas, dando  mais brilho as métricas vocais, sendo que Patrik ainda é dono de uma afinação absurda. Como um todo, o disco consegue manter uma base sólida e bem cativante. 


Com as linhas de guitarra impostas, tudo fica mais claro com relação a sonoridade, o som que fica calcado entre o Heavy Metal clássico e o Power Metal, vê o casamento perfeito que existe entre os instrumentos e as vozes, o Power é enraizado nas veias da banda. O bom trabalho envolvendo o tecladista Fredrik Bergh (o cara da segunda voz) é impecável, tipico instrumentista que toda banda deveria ter, responsável por dar um peso absurdo e não deixar espaços vazios nas músicas. 


Como sou baterista, fiquei boquiaberto com o trabalho desenvolvido pelo furacão Pelle Åkerlind, seus pés aparentam pegar fogo e os pedais duplos parecem não ter descanso, porém, é algo muito moderado e nas pitadas corretas. O trabalho do baterista é acompanhado do baixo bem coeso e muito bem cadenciado, cortesia de Anders Broman, o cara é responsável por ótimos grooves e monta uma dupla pra lá de funcional com Pelle, fazendo desta parte rítmica, um dos muitos destaques no álbum.



Costumo escolher algumas faixas favoritas e mencioná-las, mas o disco me impressionou tanto que não consigo definir apenas uma faixa ou outra, gostei de absolutamente todas. Desde a intro “A New Era Begins”, seguida da poderosa “Battle In The Sky”, até o fechamento com “Dragons Are Forever”, temos um álbum altamente homogêneo e diferenciado. Gosto de músicas bem preenchidas, onde os instrumentos não fiquem embolados e, principalmente, bandas que conseguem dar uma atenção especial as segundas vozes, deixando que este diferencial dê brilho as canções, as tornando singular.






Concluo que que tive sorte em conhecer o Bloodbound, é daqueles grupos em que você ouve e quer saber mais à respeito, quer ouvir os outros discos e intensificar as audições. Acredito que “War Of Dragons” seja um forte candidato a frequentar as listas de melhores do ano em vários veículos especializados. Tenho total convicção que uma banda quando consegue fazer o ouvinte alcançar um certo nível de entusiamo, pode olhar para trás e saber que todo o suor e dedicação valeu a pena. Falo aqui como músico, resenhista e admirador do Heavy Metal, essa banda é fantástica.

FORMAÇÃO

Pelle Åkerlind (bateria)
Tomas Olsson (guitarra solo)
Fredrik Bergh (teclado e vocal)
Henrik Olsson (guitarra rítmica)
Patrik J Selleby (vocal)
Anders Broman (baixo)

TRACKLIST
01. A New Era Begins 
02. Battle in the Sky 
03. Tears of a Dragonheart
04. War of Dragons 
05. Silver Wings 
06. Stand and Fight 
07. King of Swords 
08. Fallen Heroes 
09. Guardians at Heaven’s Gate 
10. Symphony Satana 
11. Starfall 
12. Dragons Are Forever

Publicado originalmente no “Mundo Metal” pelo mesmo redator deste.


Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.